Em Dezembro de 2008, a USP, por meio do seu Centro de Computação Eletrônica (CCE) teve sua primeira iniciativa na área de TI (Tecnologia de Informação) Verde, criando o seu Selo Verde. A primeira série de Selo Verde foi concedida para micromputadores verdes adquiridos por meio de compra centralizada realizada pela CTI (Coordenadoria de Tecnologia de Informação). A empresa fornecedora destes computadores foi a Itautec. A partir desta primeira aquisição verde, todas as aquisições centralizadas posteriores de microinformática passaram a seguir requisitos de sustentabilidade. Os editais verdes da USP passaram a ser referencia no setor público.Além da aquisição de bens de informática e telecomunicações verdes, outra questão importante era o descarte correto e sustentável de lixo eletrônico, isto é, equipamentos eletro-eletrônicos que não podem mais ser reutilizados.Para endereçar esta questão, em Dezembro de 2009, a USP, outra vez por meio do seu Centro de Computação Eletrônica (CCE), inaugurou o CEDIR (Centro de Descarte e Reuso de Residuos de Informática). Este centro tem como objetivo fazer uma triagem dos equipamentos eletro-eletrônicos descartados tanto pela comunidade uspiana como por pessoas físicas, verificando a possibilidade de sua recuperação e reutilização por projetos sociais. Caso isto seja possível, tais equipamentos são emprestados para projetos sociais credenciados. Caso isto não seja possível, tais equipamentos são desmontados e seus diferentes componentes são encaminhados para industrias de reciclagem especializadas, por exemplo, plástico, metal ferroso, metal não-ferroso, vidro, entre outros. Hoje, o CEDIR recebe entre 10 a 12 toneladas de equipamentos por mês (cedir.usp.br).

A experiência do CEDIR permitiu-nos identificar muitos problemas não resolvidos de reciclagem de lixo eletrônico, questões como a otimização do próprio processo de desmontagem de equipamentos eletro-eletrônicos, a reciclagem de placas de circuito impresso, o ciclo de vida destes equipamentos, o projeto de sistemas computacionais segundo diretrizes de eco-design, entre outras.

A soluções para estes problemas precisavam ser estudadas e investigadas de modo mais científico. O CEDIR é um centro de prestação de serviço, não de pesquisa. Diante desta realidade, foi identificada a necessidade de criar e estabelecer um laboratório de pesquisa na área de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais que pudesse trabalhar e atuar nesta área, expandindo-se no futuro para um contexto multidisciplinar dada a necessidade de interargir e cooperar com outras áreas da ciência…. Em Setembro de 2010, foi criado, então, o LASSU (Laboratório de Sustentabilidade em TIC),um laboratório de pesquisa que pertence ao Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais (PCS) da Escola Politecnica da USP.

Depois de alguns meses de sua inauguração, identificou-se que existem inúmeras áreas em que o LASSU deveria atuar além do tratamento de lixo eletrônico, como por exemplo: avaliação de ciclo de vida de equipamentos eletro-eletrônicos, tecnologias apropriadas, projeto e soluções energeticamente eficientes , uso racional de recursos, entre outros. E hoje o LASSU trabalha repensando e redesenhando soluções e tecnologias para um mundo mais sustentável, disseminando conhecimento acumulado, formando jovens e líderes que tenham um posicionamento diferenciado em TIC com uma visão econômica, social, ambiental e cultural.

E esse escopo continua a ser ampliado: hoje são realizados no LASSU projetos de sustentabilidade que ultrapassam as áreas correlatas à TIC.

No ano de 2015, para comemorar os 5 Anos de Vida, foi realizado o Workshop LASSU 5 Anos – Sustentabilidade em Foco, oportunidade em que foram apresentados os projetos de pesquisa e inovação desenvolvidos no período de 2010-2015. Foram entregues, também, premiações a personalidades de destaque na história do LASSU.