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Da USP ao Vale de Silício

Por Thiago Koji Masuki*.

koji-mbaParticipar da primeira turma do MBA de Sustentabilidade em Tecnologia da Informação e Comunicação oferecido pelo LASSU e coordenado pela Profa. Tereza Cristina Carvalho foi, sem dúvida, uma grande honra, e uma experiência que fez com que eu reinventasse minhas perspectivas profissionais. Isso me proporcionou a possibilidade de morar na cidade de São Francisco, trabalhando na minha própria startup, junto com um amigo que tinha acabado de terminar seu mestrado no MIT (Massachusetts Institute of Technology). Saiba mais.

Nossa empresa desenvolveu um aplicativo para smartphones, chamado Latr, que ajuda os usuários a manterem o controle de tarefas importantes a serem feitas, criando e compartilhando lembretes baseados em diferentes condições. Por exemplo: lembrar de conversar com um cliente daqui a uma semana, pegar um guarda-chuva em um dia chuvoso ou ainda ligar para um amigo quando chegar em casa.

Essa grande aventura começou no fim de 2011, pouco menos de um ano após me formar como Engenheiro da Computação pela Poli. Já trabalhando há quase três anos em uma empresa de desenvolvimento de software para a área da saúde, queria aprofundar meus conhecimentos em um tema com o qual eu me identificasse mais além de um MBA comum. Ao mesmo tempo, a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável sempre foram temas de grande interesse pessoal (por mais de 5 anos ajudei na organização de uma competição esportiva beneficente em parceria com a ONG IPE). Quando descobri o programa oferecido pelo LASSU, encontrei uma oportunidade de aprendizado na minha área de formação, aliada àquilo que sempre tive como um ideal!

Durante o MBA me interessei principalmente pelo aspecto social da sustentabilidade, e descobri uma grande paixão e oportunidade de redirecionar minha carreira. No decorrer do curso nós fomos constantemente convidados a participar de eventos que o LASSU estava envolvido. Um deles foi o IDDS (Encontro Internacional de Design para o Desenvolvimento Social), pelo qual me interessei muito. O IDDS reúne participantes de diversos países e áreas de atuação para criar tecnologias ou empreendimentos que melhorem a vida de pessoas em situação de pobreza. Acabei me juntando à equipe organizadora do evento em maio de 2012. O encontro aconteceu durante todo o mês de julho, sendo uma parte no centro de São Paulo e outra em três comunidades de baixa renda nas cidades de São Paulo, São José dos Campos e Embu das Artes.

Durante o IDDS conheci pessoas fantásticas e inspiradoras, inclusive o amigo que acabou se tornando co-fundador do Latr. No decorrer do evento, nós dois tivemos uma boa dinâmica de trabalho, identificação pessoal e notamos que nossos conhecimentos eram complementares. Esse foi o princípio da ideia dastartup, que surgiu logo depois.

Após alguns meses discutindo e elaborando a ideia, resolvemos nos mudar para São Francisco, para conhecer a realidade de abrir uma empresa em um dos maiores pólos tecnológicos do mundo. Depois de mais de quatro meses morando e trabalhando lá, apesar da saudade da família e da namorada, posso dizer que a iniciativa valeu a pena. Tive a chance de vivenciar e aprender muitas lições, inclusive a de valorizar mais as oportunidades, as pessoas e a vida no Brasil.

Vocês podem acompanhe o andamento do Latr curtindo nossa página no facebook e/ou cadastrando seu e-mail em: www.latrapp.com! Se você quiser entrar em contato e trocar experiências, estou super à disposição. Meu e-mail para contato é: koji@latrapp.com.

 

*Thiago Koji Masuki é engenheiro formado pela Escola Politécnica da USP. Concluiu seu MBA no LASSU em 2013 e é um dos fundadores e proprietário da empresa Latr.

 

Sistemas de Informação Como suporte à Operação Sustentável de Edificações

Por Renata Marè e Osvaldo Gogliano Sobrinho**

Os edifícios necessitam de sistemas de informação que os auxiliem em sua operação, capazes de acompanhar as inúmeras mudanças de uso e ocupação ao longo de sua vida útil, característica ainda mais marcante nos edifícios corporativos.
A manutenção da operação sustentável de uma edificação só é viável, se acompanhados continuamente uma série de aspectos relacionados ao seu uso e operação. Este acompanhamento permite que se obtenham informações imprescindíveis à tomada de decisões corretivas e/ou preventivas, por parte dos gestores da edificação. Aspectos como qualidade do ambiente interior (conforto térmico, lumínico, acústico e qualidade do ar), consumos de energia, água, gases, dentre outros, requerem monitoramento contínuo, de modo a que se estabeleçam estratégias visando a sua otimização. Saiba mais. (Copiar na Aba de Sustentabilidade/Colunas – deixar como segundo artigo)

Sabe-se que a tecnologia aplicada pelo conjunto instrumentação e software entra como forte aliada nesta tarefa. Mas questões tradicionais de mercado como soluções proprietárias e não customização dos sistemas, engessam o usuário, que se vê limitado a determinados fornecedores para determinadas aplicações, ou seja, fadado à adoção de múltiplos sistemas independentes, sem integração.

Apresenta-se aqui o resultado de uma pesquisa que vem sendo realizada com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e da Escola Politécnica da USP: o Sistema Monitorar. Trata-se de um sistema de monitoramento remoto e contínuo, via Internet, de variáveis diversas, que foi concebido com o intuito de permitir liberdade ao usuário, tanto no acesso remoto aos dados (Internet), como na adoção de protocolos de comunicação, monitoramento de variáveis distintas, e fornecedores diversos, integrados em uma mesma rede de sensores, além de customização de funcionalidades e interface com sistemas de automação, legados ou não. O sistema contempla importantes aspectos de segurança de dados: autenticação (acesso ao sistema somente por pessoas autorizadas), confidencialidade (acesso aos dados somente por pessoas autorizadas), integridade (não alteração dos dados durante o tráfego pela rede), autorização (usuários acessando somente dados a eles disponibilizados, segundo uma administração central) e em fase de implantação, não repudiação de origem de dados (não negação dos dados por quem os gerou). Estes aspectos conferem maior confiabilidade ao histórico de dados gerado, podendo ser utilizado em auditorias ou processos de certificação (edifícios verdes) a exemplo de AQUA e LEED, atendendo a diversos requisitos. Os dados são coletados por redes de sensores, projetadas de acordo com o contexto e as necessidades de cada usuário, sendo sua consulta feita por um website dedicado, apresentando-se dashboards com gráficos, leituras instantâneas das variáveis e tabelas. Podem ser disparados alarmes de eventos críticos aos responsáveis ou diretamente a sistemas de automação, evitando-se, por exemplo, condições ambientais indesejáveis, falta ou desperdício de insumos, etc.

Quando se pensa em uma edificação e em todos os seus aspectos passíveis de monitoramento, pode-se inferir o grande volume de dados coletados, o que remete à necessidade da incorporação de funcionalidades ao sistema, que transformem diretamente dados em conhecimento, para posteriores ações pelos gestores, cada vez mais assoberbados em seu dia-a-dia. Atualmente trabalha-se na implantação de recursos de Business Intelligence, visto que a edificação, à semelhança de uma empresa, deve operar com eficiência e sustentabilidade, proporcionando um ambiente adequado aos seus diversos usuários em suas atividades cotidianas. Estes recursos podem fornecer informações relevantes aos vários usuários, atendendo às suas necessidades específicas: proprietários, inquilinos, gerente, manutenção, engenharia, etc. Ferramentas deData Mining também podem ser úteis, identificando padrões e anomalias, sob diversas perspectivas: ocupação e consumos de insumos (energia, água, outros), qualidade do ambiente interior e absenteísmo, etc. O Sistema Monitorar é uma ferramenta alinhada aos conceitos de Green Economy, preconizados pelo Programa Ambiental da Organização das Nações Unidas, por contribuir para a operação sustentável da edificação.

**Eng. Renata Marè (Doutoranda em Engenharia de Computação pela EPUSP) e Eng. Osvaldo Gogliano Sobrinho (Doutor em Engenharia de Computação pela EPUSP) são os autores do projeto em questão e proprietários da Abili Tecnologia da Informação Ltda., que sedia a pesquisa.

 

Os resíduos eletroeletrônicos e a Politica de Resíduos Sólidos no Brasil

Capacitação é crucial para o sucesso do programa de lixo eletrônico, onde se destaca o papel da Poli-USP
por meio do LASSU, que oferece o MBA em Sustentabilidade em TIC, com foco em Governança

Por Vanda Scartezini*

Os resíduos de equipamentos eletro eletrônicos, “lixo eletrônico” ou “e-lixo” são gerados por uma grande variedade de aparelhos, a partir de grandes eletrodomésticos (máquinas de lavar, geladeiras, etc.) até pequenos dispositivos eletrônicos como telefones celulares, pen drives, computadores. O lixo eletrônico está crescendo mais rápido do que qualquer outro fluxo de resíduos, impulsionado por um crescente mercado de produtos eletrônicos e uma taxa de obsolescência crescente destes equipamentos. O e-lixo pode ser tanto uma questão ambiental crítica como uma oportunidade econômica. No quesito ambiental a gestão inadequada ao fim da sua vida útil pode causar impactos ambientais: pessoas sem capacitação desmontando equipamentos eletroeletrônicos manualmente podem sofrer sérios problemas de saúde; substâncias tóxicas presentes no lixo eletrônico em aterros irregulares contaminam fontes de água e o solo; a incineração indevida do plástico nele contido gera dioxinas e outros produtos químicos prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.

No quesito oportunidade econômica, os materiais valiosos contidos nos resíduos eletrônicos – que somam mais de dezenove tipos, incluindo ouro, prata, cobre, e outros ainda mais relevantes como as Terras Raras – podem ser recuperados gerando significativo valor econômico em toda a cadeia de recuperação deste resíduo; a recuperação de equipamentos, especialmente os computadores, cria um mercado adicional de equipamentos recondicionados de baixo custo, gerando novos negócios e facilitando o acesso a esses produtos pelas camadas mais baixas da população.

A estratégia nacional transformada em um quadro jurídico para enfrentar o desafio dos resíduos sólidos (Lei 12305/10 e decreto 7404/10) cria o ambiente adequado para a entrada do Brasil no panorama mundial da preocupação ambiental. São seus principais princípios:

  • Princípio do poluidor pagador, tanto no âmbito civil como criminal;
  • Princípio da responsabilidade pós-consumo, envolvendo indústria, importador, varejo, o segmento de limpeza urbana e o consumidor.

E com o estabelecimento previsto do acordo formal setorial sobre o e-lixo a ser assinado em breve, é o momento para o Brasil se afirmar de forma incisiva no contexto global.

Este quadro jurídico elimina a incerteza e atribui papéis, responsabilidades e incentivos aos atores ao e-lixo relacionados; define mecanismos de implementação e de sensibilização, apoio institucional e estabelece medidas de execução. É o fator-chave na estruturação e condução das atividades de reciclagem. O acordo setorial do e-lixo deve especificar as responsabilidades financeiras e estabelecer metas razoáveis, regionais, progressivas e obrigatórias para coleta e tratamento do lixo eletrônico. A responsabilidade ampliada do produtor (EPR) é atualmente considerada como a melhor abordagem de três modelos considerados ao redor do mundo. EPR esclarece papéis e responsabilidades, divulga os custos em toda a cadeia de valor e estimula os produtores a criar produtos ecológicos e facilmente recicláveis.

As políticas nacionais, estaduais e municipais, que precisam harmonizar-se entre si, serão mais bem desenvolvidas em consulta contínua e diálogo com a indústria e outras partes interessadas. Envolver todas as partes interessadas é um fator chave de sucesso. Governo, instituições locais, produtores, importadores, revendedores, recicladores e operadores de desmontagem, catadores, ONGs e acadêmicos precisam estar envolvidos para garantir o seu apoio e compartilhar ideias e conhecimento.

Se o público em geral não pode ser incluído de forma prática nas consultas, deve, pelo menos, estar ciente do andamento das questões. O envolvimento do público é, no entanto, fundamental para a coleta de lixo eletrônico.

Para as economias emergentes, o maior desafio é a execução. Como o setor informal provavelmente permanecerá um jogador importante no médio prazo, consideráveis ​​esforços precisam ser feitos para envolver esses atores, investindo fortemente em sua capacitação, para assegurar que possam participar de modo eficiente e sem riscos adicionais na cadeia produtiva do e-lixo. É fundamental que seja pensada uma estrutura que gere recursos suficientes para sua aplicação adequada.

Como o maior país da América do Sul e com um arcabouço legal relativamente bem desenvolvido sobre o lixo eletrônico, o Brasil pode aproveitar uma grande oportunidade no ramo de lixo eletrônico, organizando a importação dos vizinhos e processando o lixo eletrônico em suas fronteiras, desenvolvendo processos e instalações para extrair materiais preciosos a partir dele. Realizados com sucesso, isso pode atrair um número significativo de empregos de alta qualidade para o Brasil além de gerar real economicidade à cadeia produtiva.

Estudar esta possibilidade pode ser um relevante divisor de águas no futuro do e-lixo no País. Outras questões relevantes que se impõem são transporte, tributação e questões administrativas e responsabilidades legais, incluindo aquelas especificamente relacionadas com o comércio exterior do lixo eletrônico.

Treinamento e capacitação são um foco importante para o sucesso do programa de lixo eletrônico, devendo ser também incentivada a educação de nível superior. Neste sentido é importante salientar o papel da POLI – USP através do LASSU por ter iniciado um programa de pós-graduação, na forma de uma MBA em Sustentabilidade na Tecnologia da Informação, criando um novo marco para a formação direcionada de recursos humanos para enfrentar a demanda crescente de conhecimento que já se apresenta, com a evolução do Acordo Setorial. Mais informações podem ser obtidas em http://lassu.usp.br/mba.

*Vanda Scartezini é engenheira eletrônica com especializações em gestão de P&D, com mais de trinta anos em cargos de alta gerência pública e privada na área de TIC. Foi titular da Secretaria de Política de Informática [SEPIN] do Ministério de Ciência e Tecnologia [MCT].

 

O bom negócio da Competitividade Sustentável

Como a Competitividade Sustentável contribui para a consolidação e o
sucesso da
s empresas dos setores privado, publico e social

Por Pedro Lins**

Desde 1798, com a publicação do estudo de Malthus intitulado “An Essay on the Principle of Population”. Passando em 1987/1988 pelo relatório publicado pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED) conhecido como Relatório de Brundtland, onde pela primeira vez se usou o termo “Desenvolvimento Sustentável”, até chegar aos dias atuais, com o conceito de Competitividade Sustentável, a sociedade moderna vem discutindo temas sobre o que é a Sustentabilidade. Tal discussão não encerra-se em si, pois até hoje o conceito de sustentabilidade não é claramente percebido e entendido por quem nele atua.

Neste cenário, as empresas de hoje vivem com um grande questionamento: Que tipo de empresa eu quero ser no Futuro? Onde o resultado econômico ainda é a regra geral.

No século 21 mais do que nos anteriores, as mudanças dos mercados, das demandas, dos resultados e impactos globais estão transformando a maneira de se fazer negócios no mundo. As expectativas, as necessidades e as tendências dos mercados mais maduros como Europa e EUA, bem como o movimento das Organizações da Sociedade Civil (OSC) no mundo todo, tem contribuído para puxar a agenda da preservação sob o aspecto da autodestruição.

Esta tendência tem levado uma nova geração de lideres a buscarem alternativas para o desenvolvimento e perpetuação dos seus negócios, através do conceito de Competitividade Sustentável (triple botton line) que é definido como:

“O Compromisso das Empresas (privadas, públicas e sociais) em gerenciar e melhorar o seu Resultado Econômico, o seu Impacto Ambiental e as Implicações Sociais de suas atividades a nível empresarial, local, regional e global”.

 O grande desafio é: Como transformar este paradigma do “Economic Botton Line” para o “Triple Botton Line” sem comprometer o resultado presente e preservando o resultado futuro das empresas. Na verdade é que só levando-se em consideração o resultado presente do Economic Botton Line, as empresas não chegarão ao futuro pela perda de competitividade e a ausência de mercado para seus produtos e ou serviços. Esta é uma realidade para as empresas dos três setores: privado, publico e social.

Assim, é necessário que os lideres (decisores) sejam capacitados e desenvolvam competências e habilidades que contribuam nos seus processos de tomadas de decisão, levando-se em conta a Competitividade Sustentável de seus negócios.

Um passo importante para a aquisição dessas competências é entender como funcionam os diversos modelos para ser Competitivo e Sustentável e da inexistência de um “caminho único”.

Desta maneira, o líder do futuro deve ampliar sua visão e utilizar seus conhecimentos e competências, para enfrentar os novos desafios que o mercado apresentará nos próximos anos/décadas.

**Pedro Lins, sócio Fundador da e membro da  strategise membro da fix

 

evolucao

 

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